O avanço tecnológico dos últimos anos tem proporcionado o desenvolvimento mais amplo e barato de sensores e aparelhos para exames que antes, devido ao custo, eram utilizados somente para fins médicos. Dentre estes aparelhos o eletroencefalograma tem atraído a atenção de pesquisadores de interfaces pela sua versatilidades e portabilidade, fazendo assim com que o desenvolvimento de interfaces que se utilizem de tal técnica se diversifique e tenha muitas áreas de aplicação. Neste seminário vamos apresentar as técnicas, resultados e discussões presentes em cinco artigos do Quinto Encontro Internaconal de Interfaces Cérebro-Computador (2013) que tratam o problema do desenvolvimento de interfaces para aplicações musicais.
Neste seminário vamos abordar técnicas recentemente propostas de distorção de senóides para síntese de sinais musicais, baseadas em extensões ou variações das técnicas clássicas (já apresentadas em outro seminário). No âmbito das modulações serão exploradas as técnicas de ModFM (FM Modificada), SpSB (Split Side band), e FBAM (Modulação de amplitude com retroalimentação). Em relação às novas abordagens para moldagens, serão exploradas as técnicas de moldagem de fase com exponencial, moldagem de fase com entidades básicas encadeadas, hard sync, e moldagem de fase por modulação de coeficientes de filtros passa-tudo. Implementações utilizando a linguagem Chuck e exemplos sonoros também serão apresentados.
A linguagem Pure Data (PD) é muito utilizada para criação de aplicações musicais, mas foi a partir do surgimento da libpd que tornou-se mais fácil integrar esta linguagem em aplicações para dispositivos móveis. Após várias experiências com isto, foi desenvolvida a Sensors2PD (codinome S2PD), uma aplicação para facilitar o uso dos sensores dos dispositivos móveis como entrada para arquivos desta linguagem em aparelhos com Android. S2PD será apresentada neste seminário com o intuito de realizar algumas demonstrações de seu uso e estimular a criação de novas aplicações musicais voltadas para performances musicais com dispositivos móveis.
Atualmente, todos os sensores dos dispositivos móveis podem ser utilizados como entrada para receptores de dados em arquivos de PD que devem ser colocados no cartão de memória do dispositivo para serem carregados pela S2PD. Além disso, é possível utilizar a posição do dedo na tela multitoque do aparelho como entrada e também a qualidade do sinal das redes WiFi disponíveis no ambiente. Durante o seminário, o público terá a possibilidade de realizar testes e tirar dúvidas sobre sua utilização.
Como funciona a escuta binaural? Quais vantagens ela traz sobre uma escuta monoaural? Quais deixas/pistas (cues) permitem a localização de fontes sonoras no espaço tridimensional?
O seminário tentará apresentar algumas respostas a essas questões usando modelos e exemplos que a pesquisa (psico-)acústica atual oferece. Além disso serão introduzidos modelos binaurais do sistema auditivo humano e áreas de aplicação destes modelos.
Palavras-chave: escuta binaural, localização de fontes sonoras, modelagem binaural
Esta palestra explora a convergência entre conceitos desenvolvidos no entorno da música atual e formulações que surgiram na nossa pesquisa a partir de modelos da neurociência computacional. Apontamos inicialmente que a composição musical evoluiu do uso da notação simbólica para escrita da organização interna do som. Isto pode ser observado nas técnicas instrumentais expandidas e nas estratégias mais recentes que se utilizam de novas interfaces para expressão musical. A possibilidade de operar sobre a dinâmica da organização interna do material sonoro em tempo real, adiciona novas dimensões à informação musical e, consequentemente, introduz possibilidades na aplicação de modelos computacionais como suporte para análise e criação musicais. Em linha com essas idéias, apresentaremos os conceitos expressos em “Computational Modeling of Mind and Music” (Vershure & Manzolli, 2013) e um conjunto de sistema-composições que desenvolvemos recentemente.