A análise de um sistema dinâmico e sua modelagem depende de vários fatores que podem implicar na sua performance. Estes modelos podem ser definidos como a idealização matemática dos processos físicos que regem sua evolução. Isso requer definições de variáveis básicas como a descrição da geometria do sistema, carregamento, propriedades do material, eventos externos, variáveis de resposta em deslocamento, deformação, tensões, e as relações entre essas várias quantidades. Neste cenário, as perguntas são: Como a incerteza do sistema impacta a sua resposta dinâmica? Qual é o significado físico? Como podemos modelar a incerteza em sistemas dinâmicos? Nós ‘sabemos’ a fonte das incertezas? Como podemos quantificar a incerteza de forma eficiente na resposta dinâmica? Nas últimas décadas, várias pesquisas foram desenvolvidas a fim de responder a essas perguntas. Nesta palestra, algumas dessas indagações são abordadas e exploradas.
Através de uma narrativa pessoal e de exemplos artísticos autorais busco introduzir algumas reflexões sobre questões amplas e complexas envolvendo a criação contemporânea, como: a técnica e a tecnologia na elaboração de produções artísticas individuais e coletivas; a abordagem experimental e laboratorial como prática e processo de criação; a interação entre distintas áreas de conhecimento na elaboração de projetos artísticos; e a busca por desajustes e rupturas - em nível pessoal e/ou comunitário - como geradores de questões técnicas, poéticas e estéticas que estimulem o desenvolvimento artístico.
Vitor Kisil:
Compositor, intérprete, pesquisador e professor com atuação em diversas formas de manifestação musical, como desenvolvimento e apresentação de performances interativas, criação de trilhas para produções audiovisuais e apresentações musicais como intérprete e criador. É mestre e doutor em música pela USP. Foi contemplado com prêmios de melhor trilha sonora para curtas-metragens em festivais no país e no exterior. Atua regularmente em grupos de arte interativa como compositor e responsável pela elaboração e desenvolvimento das ferramentas de processamento e manipulação de áudio em tempo real. Em 2020 lançou o disco musical “Convergência Procedimental: Registro, Performance e Escrita em Processamentos Musicais”. É membro do NuSom (USP) e um dos fundadores do Grupo de Práticas Interativas (GPI - NuSom). Atualmente é professor do curso de Jogos Digitais da FIAP.
A fabricação de instrumentos musicais envolve diversas demandas de projeto relacionadas tanto à capacidade estrutural do instrumento, quanto a atributos sonoros e estéticos desejados. Embora haja, há pelo menos duas décadas, tecnologias disponíveis para assistir estes projetos, muito do que tem sido feito é reprodução empírica de modelos consolidados: processo que dificulta inovações pois se baseia muitas vezes em métodos de tentativas e erros. Ferramentas computacionais, portanto, mostram-se úteis por permitirem certo nível de previsão do comportamento estrutural do instrumento e do som que será produzido, possibilitando a redução tanto do tempo quanto dos custos envolvidos no projeto e construção do instrumento.
Neste contexto, a startup Turbonius P&D tem se dedicado a desenvolver uma plataforma computacional (Plataforma Urutau) implementada em nuvem para auxiliar projetistas e construtores de instrumentos musicais em pequena e larga escala. Nesta apresentação, a arquitetura do ambiente computacional em desenvolvimento será brevemente descrita, bem como os métodos utilizados para modelagem e síntese sonora de instrumentos musicais de cordas.
Para fins de verificação da metodologia empregada, comparações entre sons sintetizados e os sons correspondentes obtidos experimentalmente são apresentadas. Finalmente, exemplos preliminares de aplicação da plataforma computacional no projeto de um instrumento musical de corda são mostrados.
The MORPH project proposes to use sound morphing to investigate timbre in traditional musical instruments. Timbre is a complex multi-dimentional perceptual phenomenon considered to be one of the last frontiers of auditory science. Sound morphing is a transformation that gradually blurs the categorical distinction between sounds by blending their sensory attributes. We will use sound morphing to create continuous timbre spaces by filling the gaps between traditional musical instruments, therefore breaking the categorical perception of musical instrument timbre by the auditory illusion of hybrid musical instruments. Then, we will integrate a touch user interface to enable the creative exploration of the timbral gap between traditional musical instrument sounds with morphing. Thus, sound morphing has the potential to advance our understanding of musical timbre and to deliver innovative virtual hybrid musical instruments that push the boundaries of musical expression by moving beyond the physical limitations of acoustic musical instruments and the traditional digital musical instruments that rely on them.
Acknowledgement: This project has received funding from the European Union’s Horizon 2020 research and Innovation programme under the Marie Sklodowska-Curie grant agreement No 831852 (MORPH).